Transformado que foi Jesus diante dos três apóstolos no cimo da montanha santa, ouviu-se a voz que vinha do Céu dizer: «Este é o meu Filho muito amado no qual pus o meu enlevo: Escutai-o!», proclama o evangelho da Transfiguração
Transformado que foi Jesus diante dos três apóstolos no cimo da montanha santa, ouviu-se a voz que vinha do Céu dizer: «Este é o meu Filho muito amado no qual pus o meu enlevo: Escutai-o!», proclama o evangelho da TransfiguraçãoVivemos num mundo de vozes e sinais que nos trazem, continuamente, as mensagens do bem-querer de Deus à humanidade. Vozes que nos chegam, directamente, do Criador na sua palavra, a Bíblia. Mensagens que nos chegam dos profetas dos nossos tempos, tais como João Paulo II e Madre Teresa de Calcutá. Gritos de perigo para a humanidade, que nos manda a própria natureza aflita pelos exageros de tantas decisões e acções irreflectidas, como a destruição operada pela poluição. avisos serenos ou decisivos que nos dá a nossa própria consciência. Mas, às vezes, são tantos os sons produzidos pelo avanço apressado da tecnologia, que pouco tempo e disposição temos para os ouvirmos.
abraão, na primeira leitura do segundo domingo de Quaresma, ouviu uma mensagem estranha que o próprio Deus lhe entregou: Sai da tua terra, da tua parentela e parte para o país que eu te indicar. abraão escutou e obedeceu. Tornou-se bênção para muitas nações. Os apóstolos escutaram a voz de Cristo e partiram mundo além, mensageiros de Consolação. E a sua voz retiniu até aos confins da terra. Todo o mundo ouviu as mensagens dos nossos dias trazidas pelas vozes de tantas irmãs e irmãos nossos humilhados pelas injustiças de imensas tiranias. Mensagens abafadas pela morte causada pelas profecias de uma natureza gritante por meio de terramotos, inundações, tsunamis, explosões atómicas. Todo um coro, uma sinfonia desarmoniosa, avisos solenes a tantos membros da sociedade, que parecem apenas sentir enlevo ao rejeitar a voz que lhe chega da montanha santa: Este é o meu Filho muito amado em quem pus todo o meu enlevo: Escutai-O!
Tantos há que escutam. Neste ano do Voluntariado, jovens e menos jovens que vão à procura dos mais fracos, nos pertos e nos longes, para lhes infundirem o bálsamo da compreensão e da ajuda desinteressada. Voluntários que escutam as tragédias de tantas famílias e indivíduos, e arranjam tempo para partilharem palavras e acções de consolação um pouco por toda a parte. E um mundo inteiro vegeta à espera do entendimento entre membros de partidos políticos que, às vezes, parecem seguir mais o seu desejo de imporem as próprias ideias do que darem uns aos outros as mãos para operarem o bem do povo que lhes paga os seus altos salários. Quem os elegeu para nadarem na piscina do próprio orgulho? Para onde emigrou o bom senso das altas esferas? Parem, escutem e olhem para o sofrimento dos mais fracos, descubram dentro das próprias consciências a bondade que aí continuamente coloca o Espírito do Senhor. Reparem bem no rosto macilento de milhões de crianças órfãs e/ou doentes que nada pedem senão o que a justiça lhes deve. Então a tua vida brilhará mais que o sol do meio-dia e a escuridão será para ti como uma aurora (Job 11, 17). Vozes de promessas que o bom senso, aliado à acção do Espírito do Senhor, transformará em flores perfumadas e em frutos saborosos. Então, na humanidade porá Deus o seu enlevo.