O papel do pai no séc. XXI não é fácil, pois toda a responsabilidade que lhe está
inerente não é devidamente apoiada pela sociedade e pelo Estado
O papel do pai no séc. XXI não é fácil, pois toda a responsabilidade que lhe está
inerente não é devidamente apoiada pela sociedade e pelo Estado a igreja católica celebra hoje o dia de São José, sendo este apresentado como modelo de vida, enquanto pai, para o povo cristão. “São José é a prova de que para ser bons e autênticos seguidores de Cristo não são necessárias grandes coisas, mas apenas as virtudes comuns, humanas, simples, mas verdadeiras e autênticas” são palavras de João Paulo II.
a figura de São José é associada pela igreja ao seu papel na família, enquadrando-a na família ideal, a de Jesus, e por isso o apresenta como modelo e protector. a palavra pai tem um sentido muito amplo, mas em relação à família ainda é sinónimo de chefe de família, responsável pela gestão de sentimentos e coisas, presença que gera segurança, afectividade e equilíbrio no seu seio.
afirmamos atrás que ser pai é uma opção, não apenas de vida, mas também de amor. Ser pai, qualquer homem que tenha as condições naturais o pode ser, mas ser pai e assumi-lo enquanto tal em toda a acepção da palavra exige qualidades, sacrifícios, privações e grande sentido de equidade para com o conjugue. O pai não deve ser pai, só porque o pode ser, pois se isso se verificar nunca poderá ser um verdadeiro pai, mas unicamente um simulacro.
Hoje nem é fácil constituir família e mais difícil ainda é suprir todas as suas necessidades. Para viver com um mínimo de dignidade, é preciso um conjunto de esforços que envolvem a maior parte do tempo que um pai (e mãe) tem, pouco restando para o acompanhamento dos filhos. a partilha de tempo e vontades tem que sobrepor-se ao comodismo, ou simples desejos individuais, para que seja possível viver como diz o povo “de cabeça levantada” e permita educar e sustentar a descendência do casal.
as Leis do Estado Português não favorecem a família no conceito laico, mas sim o indivíduo enquanto tal, e isso dificulta que a família natural (que advém ancestralmente) tenha e viva com um mínimo de condições no que respeita a habitação, alimento e educação. O pai que o é por opção (ou não) nunca deixará de o ser e marcará sempre, pela positiva ou negativa, a sua vida e a dos seus.
a figura do pai que nós tínhamos de outrora está a ‘descambar’, porque a permissividade da sociedade existente que apela ao individualismo, impele muitos na procura do caminho mais fácil, daí o “fazer e desfazer famílias” que não deveria acontecer. O pai que se assume como tal, também terá que ser um bom marido, pois só através do conjunto pai/mãe é possível educar e formar os filhos como cidadãos livres, responsáveis e que saibam dar o valor à verdade, ao amor e à justiça. O pai que é responsável aceita com humildade as vicissitudes do dia-a-dia da vida e procura no amor a força necessária para proporcionar aos seus o bem-estar espiritual e material, pois só dessa forma o Senhor o recompensará.