a seca no Corno de África, que já fez vários milhares de mortos e de refugiados, é considerada a pior dos últimos 60 anos. a crise humanitária nessa região resulta de vários factores, sendo um deles a guerra, lembra Philippe Hugon
a seca no Corno de África, que já fez vários milhares de mortos e de refugiados, é considerada a pior dos últimos 60 anos. a crise humanitária nessa região resulta de vários factores, sendo um deles a guerra, lembra Philippe Hugon a região do Corno de África tem no seu território vários focos de conflitos. a Somália, país assolado por uma violenta guerra civil, é um deles. Este conflito que dura há mais de duas décadas tem tido grandes repercussões nos países vizinhos, nomeadamente quanto ao deslocamento em massa de pessoas que fogem da violência. O maior campo de refugiados do mundo está localizado no Quénia, em Dadaab. Na estrutura vivem mais de 400 mil pessoas, apesar de ela ter sido concebida para acolher 90 mil. a «falência do poder públicos na região e o aumento do preço dos alimentos torna a situação mais complexa, considera Philippe Hugon, director de pesquisas, no Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS). Estes factores que, segundo o mesmo, ameaçam a vida de mais de dez milhões de pessoas.
O responsável, citado pelo jornal Le Monde, constata que a «comunidade internacional reagiu muito tardiamente como é frequente verificar-se quando se tratam de causas com pouca cobertura mediática. Considera a União africana pouco presente: «Nunca teve posições fortes em relação a um grande número de dramas que diziam respeito à África, nomeadamente as crises alimentares. Em alguns países, a acção externa é muito dificultada. Em 2009, na Somália, os rebeldes Shebab tinham excluído todas as organizações não governamentais que prestavam assistência humanitária no terreno. Para Philippe Hugon, o aumento da ajuda alimentar deve ser uma prioridade e deve passar pelo desenvolvimento das importações. É preciso privilegiar políticas que estabilizem o preço dos alimentos e garantam subsídios para os produtos de primeira necessidade, para que os grupos mais pobres possam aceder a eles.