Também no Nepal a luta contra o terrorismo parece estar a justificar o recurso à tortura e à detenção ilegal. O terrorismo não justifica o uso irresponsável da força.
Também no Nepal a luta contra o terrorismo parece estar a justificar o recurso à tortura e à detenção ilegal. O terrorismo não justifica o uso irresponsável da força. activistas e advogados no Nepal estão “seriamente preocupados” com a falta de documentação ou investigação oficial dos casos de suspeitos alegadamente torturados quando em custódia militar ou policial. antigos presos que foram sujeitos a tortura enquanto detidos em barracas militares e estações de polícia estão demasiado assustados para recorrer aos tribunais procurando justiça e compensação devido ao medo de represálias.
“Disseram que eu seria enterrado vivo se eu revela-se alguma coisa” disse, sob condição de anonimato, um antigo detido à agência de noticias IRIN. Disse ter sido libertado depois de dois anos em isolamento nas instalações militares de Kthmandu, onde foi torturado para revelar a localização dos líderes maoístas. afirma que o seu único “crime” foi ajudar uma antiga colega maoísta a chegar ao hospital depois de ter sido torturada e libertada pelo exército.
“Não muitos estão dispostos a dar entrada dos seus casos nos tribunais por medo de ser presos e torturados uma vez mais. Estão traumatizados, por isso se mantêm em silêncio” disse a advogada Mandira Sharma, da organização não-governamental “advocacy Fórum” (aF). Esta é umas das tantas organizações que lutam contra a detenção ilegal e a tortura dos prisioneiros.
“até têm medo de ir ao médico e mencionar tortura durante os exames médicos. as vítimas são constantemente ameaçadas para não revelar qualquer informação”, acrescentou Sharma.
De acordo com a observação realizada pela aF nos últimos quatro anos, muitas das pessoas detidas sob a Lei do Terrorismo e actividades Destabilizadoras foram torturadas e sujeitas a tratamento inumano, às mãos de oficiais de segurança. Esta lei, introduzida em 2002, deu poderes especiais às autoridades para deter qualquer pessoa sob suspeita de ser maoísta ou apoiante dos maoístas. Muitos inocentes foram detidos ilegalmente.