Compreendamos o seguinte: cada vez que nos arrependemos Deus não fica sentado à nossa espera com vontade de nos castigar; pelo contrário, vem a correr em nossa direção
Compreendamos o seguinte: cada vez que nos arrependemos Deus não fica sentado à nossa espera com vontade de nos castigar; pelo contrário, vem a correr em nossa direçãoainda estava longe quando o pai o viu, e enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se ao pescoço, cobrindo-o de beijos. (Lucas 15:20)MeditaçãoSegundo a tradição judaica no tempo de Jesus era impensável que um pai corresse a abraçar um filho, muito menos quando o filho o tinha traído. Na verdade, ao ter pedido a sua parte da herança, o filho mais novo estava praticamente a dizer ao pai: Para mim, você morreu! Sim, porque a herança era distribuída pelos filhos somente depois da morte do pai. Ou seja, sempre que traímos a nossa relação de amor com Deus através do nosso pecado, estamos a dizer a Deus: Para mim, morreste!Com esta parábola, Jesus quer que compreendamos o seguinte: cada vez que nos arrependemos voltamos para a casa do Pai, Deus não fica sentado à nossa espera com vontade de nos castigar; pelo contrário, vem a correr em nossa direção e oferece-nos o seu abraço, beija-nos suavemente e oferece-nos novamente o seu amor. Claro, os Fariseus e todos os que escutavam esta parábola ficaram desconcertados e furiosos, pois o Deus em que acreditavam era um Deus vingador, uma espécie de Pai tirano. De facto, eles acreditavam que Deus abençoava alguns e amaldiçoava outros. Esta era, na verdade, a explicação deles para o facto de haver pessoas ricas e pessoas pobres, pessoas com saúde e outras doentes, pessoas com a religião certa e outras que praticam idolatria ou que estão já condenadas ao inferno por serem membros de outras religiões. Curiosamente, ainda hoje há muita gente que pensa assim, incluindo muitos cristãos. Para Deus, o mais importante não é o que fizemos, mas sim o termos regressado a casa. Claro, regressar implica termos consciência de que agimos mal e que nos queremos emendar. O pai da parábola não pergunta absolutamente nada ao filho: abraça-o porque está feliz! Tentemos sentir este Deus que se sente feliz cada vez que regressamos a Ele e que nos oferece um novo recomeço. E se Deus faz assim connosco, façamos o mesmo com quem errou contra nós mesmo que leve tempo. açãoPenso na confissão como coisa de beatas ou tento viver este sacramento como um momento de amor e de reencontro com Deus e comigo próprio?