«Chegou o tempo “¦ arrependei-vos e acreditai na Boa Nova», diz-nos Jesus Cristo no Evangelho deste domingo
«Chegou o tempo “¦ arrependei-vos e acreditai na Boa Nova», diz-nos Jesus Cristo no Evangelho deste domingoTendo Cristo sido batizado por João Batista no Rio Jordão, o Espírito impeliu Jesus para o deserto para ser tentado por Satanás durante os quarenta dias que Jesus ali passou. Vivia com os animais selvagens, e os anjos serviam-no. O deserto significa a solidão e o encontro com Deus. Para o deserto, diz o profeta Oseias, Deus leva a sua esposa, o povo de Israel prevaricador, e lá, vai falar-lhe ao coração para a atrair de novo a si na fidelidade. No deserto não há distrações: riquezas, conforto, barulho, ocupações várias que ocupam a mente do indivíduo. Na calma, no silêncio, na serenidade do deserto é mais fácil estabelecer um relacionamento íntimo com Deus, o diálogo com o Senhor é mais espontâneo, a escuta da Palavra mais natural, o repensar a própria vida menos complicado, a oração direta com Deus mais sem desvios. No deserto, a sós com Deus, é lógico surgirem em nós ideias que nos podem ajudar a melhor compreender as várias situações da nossa vida e a encontrar soluções que geram em nós a paz. Desertos dos continentes, das casas de retiros, da solidão do nosso quarto, do íntimo do coração e da alma. Deserto mesmo nos centros buliçosos das grandes cidades. Pequenos desertos que conviria fazermos todos os dias para renovarmos a nossa identidade de filhos e filhas de Deus, e viver em nós o modo como Cristo nos salvou. Quarenta dias passa Jesus no deserto. Quarenta dias caiu sobre a terra o dilúvio purificador da muita violação dos Mandamentos da Lei de Deus. Quarenta anos vagueou o povo de Israel pelos desertos à procura duma própria identidade e duma terra que pudessem chamar sua. Quarenta dias de caminho que levou Moisés para a montanha onde Deus o acolheu. Vivia Jesus com as feras no deserto (V/ 12), referência talvez à grande oposição dos chefes do povo então-e agora-como anunciara Simeão: Este menino que está aqui será visto como sinal de contradição pelos que então e agora o rejeitam. E os anjos o serviam. Imediatamente depois do seu batismo, em que fora imergido nas águas turbulentas da vida humana, o Messias parte para ser tentado, para assumir na sua carne e no seu espírito humano, Ele que era o Verbo Filho Unigénito de Deus, a condição que todo o ser humano tem de sofrer, e vencer, para chegar à glória da ressurreição produtora da paz eterna. Solidário connosco, e nós com Ele, veio Ele do seio da Trindade Santíssima lutar contra o usurpador do Reino de Deus, Satanás: lutar veio Cristo, uma luta que Ele ganhou em nome de cada ser humano que aceita, vive e atua a primeira pregação de Cristo: O tempo já chegou ao seu termo, e o Reino de Deus está próximo. arrependei-vos e acreditai na Boa Nova: o único paradigma da salvação.