a delegação de Moncarapacho-Fuzeta da Cruz Vermelha está pronta para construir um campo de refugiados, com projeto aprovado, num terreno de 1700 metros quadrados na Fuzeta, no algarve. a oferta foi feita ao Conselho Português para os Refugiados
a delegação de Moncarapacho-Fuzeta da Cruz Vermelha está pronta para construir um campo de refugiados, com projeto aprovado, num terreno de 1700 metros quadrados na Fuzeta, no algarve. a oferta foi feita ao Conselho Português para os RefugiadosO presidente da delegação da Cruz Vermelha (CV), antónio Palma, disponibilizou o terreno num ofício enviado em julho ao Conselho Português para os Refugiados (CPR), avança o semanário Expresso. Recorde-se que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho anunciou recentemente que Portugal iria acolher 1400 refugiados. O Governo diz que está em curso uma estratégia para auxílio humanitário, que inclui os ministérios dos Negócios Estrangeiros, Defesa Nacional, administração Interna, Saúde, Segurança Social e Educação.
as ofertas para ajudar os refugiados não chegam apenas das instituições, já que dezenas de pessoas estão a disponibilizar-se para acolher famílias ou crianças refugiadas, tinha já revelado a presidente do CPR, Teresa Tito de Morais esta semana. a presidente disse ainda ao semanário que há a possibilidade de se criar um outro centro no norte, em Matosinhos, embora ainda não existam certezas.

a Cruz Vermelha salienta que o terreno tem projeto de construção aprovado, já que estava destinado à construção de um infantário que a queda da natalidade tornou desnecessário. a proposta da CV prevê, numa primeira fase, instalações provisórias em contentores com acesso a água, luz e saneamento, sendo depois construído um centro de raiz. a criação de um centro para refugiados seria do interesse de todas as partes envolvidas, criando uma nova dinâmica económica numa zona relativamente débil, pode ler-se no documento, citado pela mesma publicação.
a CV encarrega-se ainda de proporcionar aos refugiados o uso de creches e infantários, da loja comunitária, da cantina social e da integração laboral através do Gabinete de Inserção Profissional em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

O problema dos refugiados começa a ser deveras preocupante para quase toda a Europa e necessita de uma resposta das instituições mundiais de topo, caso da ONU, assim como das suas congéneres europeias. a União Europeia já propôs quotas por país para receber os refugiados. a alemanha, França, Itália e Espanha são os países que mais refugiados receberão.
Contudo, aquilo a que assistimos diariamente é vergonhoso, e desumano, com vários países a construírem muros para impedir a entrada de refugiados nos seus países, quando devia vigorar o espírito de solidariedade entre os povos, aliás como os princípios europeus assim o determinam.
a juntar a esta situação verificamos que o Sindicato da Polícia da alemanha pediu a reintrodução do controlo de fronteiras internas na Europa e um reforço dos efetivos policiais para suster o fluxo recorde de refugiados que chegam ao país. Se esta proposta fosse aceite seria o fim da liberdade de movimentação dentro da Comunidade, quando a UE foi criada exatamente no sentido oposto.

Nesta questão dos refugiados entroncam-se outras vertentes, como os engajadores que lucram desmesuradamente, e que poem em risco de vida, os que pretendem encetar a fuga para a Europa. Era preciso que as instituições já referidas tivessem isso em linha de conta e fossem eficazes no seu controlo.
Mas para além das instituições mencionadas, seria bom que os Estados Unidos também assumissem a sua responsabilidade na onda de refugiados gerada nos países do Médio Oriente, dado que são os principais responsáveis pela situação. Não estamos esquecidos das intervenções que os EU a fizeram no Iraque e na Líbia, com pretextos não confirmados, acabando por beneficiar interesses económicos próprios. Essas guerras destabilizaram toda a região e agora não há solidariedade e recursos suficientes para travar a debandada que parece imparável.
Em relação à receção de refugiados no nosso país seria bom que as pessoas em vez de se queixarem das nossas atuais condições económicas, e portanto discordarem da sua vinda, abrissem o coração e se solidarizassem como verdadeiros anfitriões que são.