Para a Igreja moçambicana, a formação de leigos comprometidos e responsáveis é de extrema importância, pois existem centenas de comunidades no interior, onde os padres e missionários só conseguem ir duas a três vezes por ano
Para a Igreja moçambicana, a formação de leigos comprometidos e responsáveis é de extrema importância, pois existem centenas de comunidades no interior, onde os padres e missionários só conseguem ir duas a três vezes por anoO Centro de Promoção Humana do Guiúa foi criado em 1972, por iniciativa de Ernesto GonçAlves Costa, na altura bispo de Inhambane, Moçambique, com o objetivo de formar leigos para a liderança social e pastoral nas comunidades do interior. Nesse ano, abriu-se um curso para 30 catequistas e suas famílias. E a cada dois anos foi iniciado um novo curso. até 1987, data em que o centro foi encerrado após o ataque de um grupo de guerrilheiros, que resultou na morte do catequista Peres Manuel. Várias famílias foram raptadas, mas acabaram por ser libertadas meses depois. Em 1992, o bispo alberto Setele reabriu o espaço, mas logo na primeira noite, entre 21 a 22 de março, ocorreu um novo ataque. Os combatentes entraram nas casas dos catequistas recém chegados e levaram-nos à força para um local a três quilómetros de distância. Depois de interrogados, foram maltratados, e por fim esfaqueados. Foram mortas 23 pessoas, que são hoje consideradas mártires do Guiúa, cujos túmulos são alvo de veneração e admiração por toda a diocese. Passados 12 anos, 17 famílias voltaram a abrir novamente as portas do centro catequético. Uma data memorável, que marcou o começo duma nova etapa pastoral para a diocese de Inhambane. Este ano, iniciou-se o décimo curso de formação de catequistas, após o martírio em 1992, que é frequentado por 14 famílias. Os formandos, oriundos de várias zonas do país, sentam-se nas salas de aula para aprender teologia, pastoral, catequese, história, política, leis e informática, de forma a ficarem preparados para animar as comunidades cristãs e liderar as aldeias onde habitam. Os seus filhos, aproveitam para estudar no jardim de infância, na Escola Primária Completa ou na Secundária, recém aberta. Para a Igreja moçambicana, considerada ministerial desde 1977, a formação de leigos comprometidos e responsáveis é de extrema importância, pois existem centenas de comunidades no interior, onde os padres e missionários só conseguem ir duas a três vezes por ano, para a celebração da Eucaristia ou dos sacramentos. a liderança, a catequese e a liturgia dominical estão a cargo destes catequistas que conseguem manter as comunidades vivas, ativas e participativas, o que demonstra a importância deste projeto para a Igreja missionária.