Nas quatro viagens apostólicas realizadas em 2015, do Médio Oriente à américa Latina, da Europa à África, Francisco forja uma nova diplomacia que se ocupa primeiramente das vítimas esquecidas das várias crises do mundo contemporâneo
Nas quatro viagens apostólicas realizadas em 2015, do Médio Oriente à américa Latina, da Europa à África, Francisco forja uma nova diplomacia que se ocupa primeiramente das vítimas esquecidas das várias crises do mundo contemporâneoOs mexicanos aguardam a visita do Papa Francisco nos dias 12 e 13 deste mês de fevereiro. Será a primeira longa viagem de 2016 do missionário da misericórdia e da paz. Nas quatro viagens apostólicas realizadas em 2015, do Médio Oriente à américa Latina, da Europa à África, Francisco forja uma nova diplomacia que se ocupa primeiramente das vítimas esquecidas das várias crises do mundo contemporâneo. É um Papa que sabe, como ninguém, a importância da proximidade. Na Ásia chega ao Sri Lanka e às Filipinas. Na américa Latina entra no Equador, Paraguai e Bolívia. aqui, no II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, Francisco constata em forma de pergunta a urgência da mudança nas sociedades contemporâneas: Reconhecemos nós que as coisas não andam bem num mundo onde há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem teto, tantos trabalhadores sem direitos, tantas pessoas feridas na sua dignidade?Vai a Cuba um ano depois do acordo promissor entre Havana e Washington, elaborado seguramente pela sua obstinação. aos membros do Congresso, nos Estados Unidos da américa, apresentando-se como filho de emigrantes, ousa pedir a abolição da pena de morte e respeito por todos os direitos humanos: Tratemos os outros como gostaríamos de ser tratados nós Se queremos segurança, demos segurança. Se queremos vida demos vida. Se queremos oportunidades, ofereçamos oportunidades. Já mais para o fim do ano Francisco aterra em Nairobi, no Quénia. Condena a violência tribal e denuncia a injustiça atroz imposta aos excluídos. Entra no bairro de lata de Kangemi para estar com os últimos e repudia expropriações de terra e as condições desumanas em que vivem milhões de pessoas. Todas as famílias têm direito a uma casa decente. Na República Centro-africana, onde abriu a Porta da Misericórdia, Francisco atravessa corajosamente um cerco de milícias cristãs armadas para ir ter com os muçulmanos aí enclausurados. aconteceu num bairro da capital, Bangui, o PK5, reduto dos últimos muçulmanos, depois de as milícias cristãs terem forçado mais de 100 mil a fugir, entre vários massacres. Foi este ciclo de violência que Francisco procurou quebrar, transpondo o cerco, num carro descoberto, de pé e acompanhado por um imã. Na mesquita central proclama: Deus é paz,salam, somos irmãos e irmãs. Um velho muçulmano declara: Pensávamos que todo o mundo nos tinha abandonado, mas ele não nos abandonou. Sinto-me feliz porque ele também nos ama, a nós muçulmanos. Não é demagogia nem proselitismo, é capacidade de incluir, aproximar, romper muros e criar fraternidade.