Inicialmente, pensava de uma forma utópica, achava que podia mudar o mundo, mas com a experiência começo a perceber que talvez mudem mais o meu mundo do que eu o «deles»
Inicialmente, pensava de uma forma utópica, achava que podia mudar o mundo, mas com a experiência começo a perceber que talvez mudem mais o meu mundo do que eu o «deles» O meu nome é ana Cristina, tenho 25 anos e sou natural da Guarda. atualmente estou a residir em Lisboa. Formei-me em Psicologia do Comportamento Desviante e da Justiça, pela Universidade do Porto. Há anos que tenho o sonho de partir em missão com o intuito de contribuir para a melhoria das condições de vida da população mais carenciada – quer a nível social, comunitário, alimentar, educacional, quer ao nível dos cuidados de saúde. Inicialmente, pensava de uma forma utópica, achava que podia mudar o mundo, mas com a experiência começo a perceber que talvez mudem mais o meu mundo do que eu o deles. Isto é, acredito que depois desta experiência comece a ver o mundo e a realidade à minha volta com outros olhos, a valorizar mais certas situações, a relativizar outras. Tenho consciência que um mês passa rápido e que podemos não ficar na memória das pessoas que nos vão receber. Contudo, se no final conseguir um sorriso, um abraço, um “obrigada” já significa que consegui “marcar” o dia, a hora, o minuto de alguém. acredito que tanto a população como os Missionários da Consolata nos receberão com grande satisfação e dispostos a partilhar connosco os seus anos de experiências e as suas tradições. Pensando no que será mais complicado de ultrapassar na missão, talvez seja o choque cultural, ou seja, as diferenças culturais e sociais que vão saltar à vista. Durante a formação preparamo-nos para esse primeiro impacto e entendemos algumas das razões dessas mesmas diferenças, mas é sempre distinta a forma como cada um vive esse momento. a nível pessoal, o mais desafiante é sair da minha zona de conforto. a minha família está a encarar esta aventura de forma positiva, com alguma preocupação, é claro, mas com todo o apoio; a minha mãe até me disse, em tom de brincadeira, que queria vir comigo, pois na verdade sei que sempre foi um sonho dela também.