Bernard Sabela, católico e membro do Fatah, foi eleito para o parlamento em Jerusalém. “O Hamas não pode desapontar os seus eleitores, devendo continuar o processo de paz com Israel”, disse.
Bernard Sabela, católico e membro do Fatah, foi eleito para o parlamento em Jerusalém. “O Hamas não pode desapontar os seus eleitores, devendo continuar o processo de paz com Israel”, disse. Entre os membros do novo governo palestiniano alguns ainda acreditam no diálogo entre o Hamas e Israel. O professor Bernard Sabela, um católico membro do partido Fatah eleito para o parlamento continua “optimista”: se o Hamas não quer desapontar as pessoas que lhe deram o seu voto tem que continuar o processo de paz. Os palestinianos querem estabilidade. aproveitou também para tranquilizar os cristãos: na sua opinião, é prematuro falar da instauração da lei islâmica.
Sabela, professor da Universidade Pontifícia de Belém, conseguiu um dos dois lugares no parlamento para os cristãos em Jerusalém. Para ele, as eleições de 25 de Janeiro foram “uma vitória para o Hamas e para a democracia”. “as pessoas decidiram e agora o Hamas tem que responder às necessidades e anseios das pessoas, e devem fazê-lo rapidamente”. Por esta razão Sabela diz esperar que o caminho para a paz ainda seja possível: “O governo não pode separar o plano político das necessidades sociais, da estabilidade educativa, do emprego, da luta contra a crise económica. Têm que ter uma agenda que preveja o fim da ocupação e o progresso no processo de paz”.
No interior do Hamas há diferentes posições, tanto moderadas como extremistas. “Espero que num tempo bastante curto a distinção entre estas posições seja mais clara. Estou optimista e penso que a razão vai prevalecer”.
O próprio Fatah, até agora com o controlo da autoridade nacional palestiniana, precisa de examinar a sua situação. “Onde errámos e o que devemos mudar para voltarmos a ganhar força”, disse.
O professor define como “prematuro” a preocupação de muitos cristãos devido ao risco de introdução da lei islâmica. “Não detecto pânico entre a comunidade cristã palestiniana e na possibilidade remota de tal proposição, faremos clara a nossa posição ao conselho legislativo”.
Quanto à posição de Israel, que afirma não querer dialogar com o Hamas, o professor lembra que a mesma posição existiu em relação à Organização de Libertação da Palestina (OLP), quando também esta era definida como uma organização terrorista. Porém, mais tarde aceitaram o diálogo. ” a mesma coisa pode acontecer com o Hamas, só que a situação actual é mais urgente: temos que reunir-nos na mesa de negociações rapidamente, não podemos continuar a adiar”.