Grupo de pessoas sem-abrigo integra pelo segundo ano consecutivo a Peregrinação da família Missionária da Consolata. Para alguns deles, é a primeira vez que se deslocam à Cova da Iria
Grupo de pessoas sem-abrigo integra pelo segundo ano consecutivo a Peregrinação da família Missionária da Consolata. Para alguns deles, é a primeira vez que se deslocam à Cova da IriaÉ um grupo especial e muito acarinhado pelos Solidários Missionários da Consolata (SMC) de Águas Santas (Maia). Há dois anos, pela primeira vez, foi-lhes lançado o desafio para participarem na Peregrinação anual da Consolata a Fátima. a resposta foi entusiasmante e o resultado foi reconfortante, não só para os que aceitaram o convite, mas sobretudo para os muitos voluntários dos SMC, que todas as semanas percorrem as ruas do Porto, a distribuir comida, roupa e afetos, junto daqueles a quem a vida nem sempre sorri. Este sábado, 15 de fevereiro, pela segunda vez, cerca de 50 pessoas em situação de sem-abrigo, todas da zona do Porto, voltaram a responder à “convocatória” dos missionários e viajaram até Fátima, num autocarro fretado pelos SMC. Durante a deslocação, tiveram direito a lanche, e na Cova da Iria puderam almoçar num restaurante, que se prontificou a oferecer a refeição. Para nós, isto é missão ad gentes na Europa, afirma o padre Ramon Cazallas, missionário da Consolata em Águas Santas. apesar de alguns dos convidados só terem contacto com a Igreja em momentos como este, ou durante as celebrações especiais da Páscoa e Natal organizados pelos SMC, a maioria não fica indiferente ao espírito de comunhão que se vive na peregrinação e à solenidade da Eucaristia, celebrada na Basílica da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima. Estava mortinha para que chegasse este dia, confessa, emocionada, Teresa Varela, 51 anos, uma das pessoas que pode visitar Fátima pela primeira vez, o ano passado, ao participar na peregrinação da Consolata. Este ano, voltou a inscrever-se e, quando convidada a exprimir o seu sentimento sobre esta oportunidade, embargam-se-lhe as palavras. Olhe, vou daqui mais leve, mas bem disposta, diz, de forma compassada. Conheço os voluntários da Consolata há sete anos e são como uma família, acrescenta. a iniciativa tem também a preocupação de proporcionar a integração destes convidados especiais nas atividades e celebrações da peregrinação, pelo que um dos elementos do grupo foi convidado a fazer uma das leituras do Evangelho na Eucaristia. Manuela Bento, voluntária dos SMC, resume a importância desta experiência numa frase: Eles vêm de coração aberto e regressam de coração cheio.