Setor tem registado cancelamentos de viagens e alojamento e há ainda muita incerteza quanto aos efeitos da epidemia na primeira grande peregrinação internacional do ano ao Santuário de Fátima
O setor hoteleiro de Fátima, um dos mais importantes para a economia da cidade e da região, está apreensivo com o impacto da epidemia de coronavírus. A oitava edição dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso (WITR / IWRT), que teve início esta quinta-feira, 5 de março, na Cova da Iria, registou uma quebra de 20 por cento nos índices de participação e a grande incógnita é saber o efeito que o surto pode vir a ter já na próxima grande peregrinação de maio, tendo em conta os cancelamentos que têm vindo a ser feitos nas últimas semanas.
«Fátima é um mercado de grande sensibilidade ao mercado internacional. Temos sentido diminuição do número de grupos organizados que assumem fazer as suas viagens e estão nesta indefinição, por precaução e por algum receio, maio aproxima-se, sofrerá naturalmente algum desse impacto. Tem havido cancelamento de viagens, de reservas, mas estamos muito atentos ao desenrolar da situação. As decisões são tomadas diariamente e nada se pode perspetivar num espaço de tempo mais longo», afirmou a presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima (ACISO), à margem do encontro.
Presente na sessão de abertura, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, tentou passar uma mensagem de esperança e tranquilidade aos operadores e empresários do setor, apesar do clima de incerteza que envolve o fenómeno, com dimensões internacionais.
«Sabemos que há um fator de incerteza muito elevado e estamos a fazer tudo no sentido termos os melhores instrumentos para contornar estas fragilidades. A maior preocupação é o tempo que durará esta crise. Quanto mais tempo demorar mais consequências teremos. Mas estamos atentos e esperamos ter condições para recuperar rapidamente, para que no segundo semestre possamos acelerar o crescimento tentando mitigar a situação que vivemos atualmente», afirmou a governante.