Ao iniciarmos em 2020 a Década do Envelhecimento Saudável, proclamada pelas Nações Unidas, gostaria de recordar a frase de Félix Leclerc que está por detrás do título deste artigo: “Não é por ser uma velha macieira que eu dou maçãs velhas”.
Decerto, cada um de nós há de lembrar-se de alguma velha macieira; a par de outras árvores desse pomar, ela dava, na estação própria, depois das flores, os seus frutos. Belas maçãs. Novas em cada ano.
Os cinco objetivos estratégicos a serem alcançados compreendem: o compromisso de todos os países em ações voltadas para o envelhecimento saudável da população; a criação de ambientes “amigos do idoso” nas cidades; o enquadramento dos sistemas de saúde para atender às necessidades dos mais velhos; o desenvolvimento de serviços de cuidados de longo prazo, como centros comunitários e instituições; o aperfeiçoamento da recolha e da monitorização dos dados.
É um enorme esforço que também depende da mobilização de toda sociedade. Cada um de nós há de recordar-se de que, um dia, se tudo correr bem, seremos nós a encontrarmo-nos nessa situação. Portugal é o quarto país da União Europeia com maior percentagem de pessoas idosas, ultrapassado apenas pela Grécia, Alemanha e Itália.
Muito se tem feito entre nós mas, se calhar, não tudo o que é possível e, de certeza, tudo o que é necessário para cuidar dos idosos em Portugal. A Igreja que somos tem tido um papel insubstituível neste trabalho. Mas é importante que não se substitua a quem tem responsabilidades por cuidar do bem comum.
Gostava de aproveitar esta oportunidade dada pela FÁTIMA MISSIONÁRIA para deixar duas notícias, uma delas em primeira mão: o Encontro de Pastoral Social de 2020 (20 a 22 de outubro, em Fátima) será exatamente sobre este tema. Procuraremos aprender e refletir, questionarmo-nos e inquietarmo-nos, para, a partir do conhecimento de boas práticas, reconhecendo o muito de bom que já se faz, continuarmos o caminho, realizando o que está por fazer.
A outra é a de que se espera para breve a publicação de uma obra de grande fôlego – “Envelhecimento: uma abordagem multidimensional” – com contribuições de diversos especialistas numa perspetiva interdisciplinar, sob a coordenação das professoras doutoras Helena Rebelo Pinto e Joana Carneiro Pinto.