Os sepulcros “não são o nosso habitat e Jesus Cristo abriu a pedra do sepulcro, precisamente para sabermos que não é lá o nosso lugar, não é aí que construímos a nossa história, por isso, naturalmente, afastamo-nos do sepulcro e procuramos afastar a morte de nós e dos nossos”. As palavras são de Vítor Coutinho, sacerdote e vice-reitor do Santuário de Fátima, e foram proferidas na manhã desta segunda-feira, 13 de abril, nas celebrações da peregrinação mensal.
“Não está na nossa natureza morrer, não fomos feitos para deixar de existir e estas mulheres [do Evangelho desta segunda-feira] a correr afastando-se do sepulcro são imagem do imenso desejo humano de vida, da nossa vontade de viver, e desse modo podemos mesmo dizer que correr do sepulcro para a vida é o destino da nossa humana condição e esta é a notícia da Páscoa”, demonstrou o responsável aos fiéis, numa Eucaristia que chegou até aos cristãos através das plataformas digitais.
Vítor Coutinho mostrou aos peregrinos que a humanidade empreende sempre esforços “para nos protegermos a nós próprios daquilo que possa pôr em perigo a vida” e que “tudo isso são reflexos deste desejo profundo de vida que nos habita”. Desta forma, “a ressurreição de Jesus” leva o olhar mais longe, uma vez que, “ao romper a pedra do sepulcro, Ele assegura-nos que esta morte natural não nos impedirá de viver e assim os crentes podem aproximar-se da morte com a certeza de que a sua existência não será reduzida a nada”.
O religioso destacou a importância que a fé pode assumir para os cidadãos. “A fé certamente não nos fará abrandar os esforços por preservar esta vida, o crente amará sempre a vida e fará tudo para que todos possam viver o mais plenamente possível, no entanto a fé no Ressuscitado faz-nos encarar a morte sem o sentimento de perda absoluta, permite-nos manter um olhar de esperança mesmo quando humanamente vemos fracasso”, disse o vice-reitor do Santuário de Fátima, citado pelos serviços de comunicação do templo mariano.