Cidadãos com questões relacionadas com a sobrevivência nos campos de refugiados e a condição destas pessoas num momento de crise global, vão poder esclarecer as suas dúvidas com Emellin de Oliveira, investigadora em Direito de Imigração e Asilo, atualmente a estudar a securitização da migração na União Europeia, e com José Cortez, ativista e membro do coletivo ‘Human before borders’, que atualmente se encontra a fazer trabalho humanitário no campo de refugiados de Samos, depois de já ter passado pelos campos de Moria e de Lesbos.
A conversa será transmitida em vídeo no próximo dia 28 de abril, através da plataforma Slack, a partir das 21h00. Será um momento para ouvir especialistas no tema, fazer questões, ou, simplesmente, assistir. A conversa dá forma a mais uma edição da rubrica ‘Ask me anything Fumaça’, e é dirigida a todos os que integram a comunidade ‘Fumaça’, um projeto de jornalismo independente.
Numa mensagem dedicada à iniciativa Margarida David Cardoso, membro da equipa do projeto jornalístico, lembra que atualmente existem cerca de “42 mil pessoas a viver nos campos de refugiados de cinco ilhas gregas”. “Quase metade vive amontoada em Moria, na ilha de Lesbos. Não há uma palavra melhor: são cerca de 20 mil pessoas a habitar num espaço desenhado para um máximo de 3100, onde falta água quente e limpa, e eletricidade, onde há uma casa de banho por cada 300 pessoas e uma fila de três horas a cada refeição”, descreve a profissional.
Margarida Cardoso lembra que a “sobrelotação, a falta de condições de higiene e assistência médica adequada em Lesbos, Samos, Chios, Leros e Kos já faziam destes campos uma ameaça à saúde dos refugiados e requerentes de asilo”, e, agora, a atual pandemia “piorou tudo”.
Simultaneamente, devido ao fecho das fronteiras internas da União Europeia a entradas “não essenciais”, já há um mês, que o acolhimento em países europeus “está suspenso”. “Estas pessoas estão confinadas à ilha onde desembarcaram, onde esperam que o seu pedido de proteção internacional seja confirmado por um sistema sobrecarregado e subfinanciado. E todas as semanas, mais tentam atravessar o mar Egeu à procura de um lugar seguro”, descreve a jornalista.