A possibilidade do distanciamento social poder “aumentar o risco de violência e ter consequências psicológicas graves” nos mais velhos, levou os profissionais da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) a apresentar “conselhos para familiares e amigos de pessoas idosas”.
Os profissionais deste organismo apelam a um contacto próximo com a população sénior. “Mantenha o contacto diário com o seu familiar ou amigo/a idoso/a através de chamadas telefónicas regulares. Estar em contacto com as pessoas idosas é essencial para monitorizar o seu bem-estar, para sinalizar quaisquer necessidades que possam ter (falta de medicamentos, bens alimentares ou outras), para os sensibilizar sobre os cuidados que devem ter e para informá-los acerca dos rápidos desenvolvimentos da pandemia e das medidas de emergência adotadas pelo Governo. Vivemos um período de incerteza e medo. É, por isso, especialmente importante dar informação às pessoas idosas com calma e paciência. Devemos, primeiramente, reconhecer as emoções que nós próprios sentimos e regular a forma como comunicamos”, explica a APAV.
É também recomendável a manutenção do contacto com os profissionais de saúde. “Garanta que o seu familiar ou amigo tem tudo o que necessita, incluindo medicamentos, e saiba o nome e contacto do seu médico de família. Caso a pessoa idosa não o possa fazer por si própria, é importante manter o contacto com os profissionais de saúde que normalmente o acompanham”, adverte a associação portuguesa.
A APAV pede também atenção aos apoios que se encontram disponíveis. “Informe-se sobre a rede de apoio comunitária. Conheça os apoios disponíveis na área de residência do seu familiar ou amigo/a, por exemplo na junta de freguesia ou outras entidades locais. Se mora longe e não pode dar este apoio, incentive o seu familiar ou amigo/a a solicitar os apoios necessários à obtenção de bens alimentares, medicamentos ou no passeio do seu animal de estimação. Se o seu familiar ou amigo/a apresentam alguma condição que os impede de solicitar este apoio por si próprio, com a sua autorização, solicite-os você mesmo”, aconselha o organismo português.
A APAV recorda a importância que uma vida ativa pode assumir. “Encoraje o seu familiar e amigo/a a manter-se ativo (a fazer exercício físico e outras atividades que ajudem a passar o tempo) mas lembre-se que ninguém gosta de ser obrigado a fazer algo de que não gosta. Seja compreensivo e sugira algumas distrações mas deixe que seja a própria pessoa a escolher como passa o seu tempo”, sugerem os responsáveis da associação.
O organismo nacional pede à população que “ofereça ajuda” aos “vizinhos idosos”. “Informe os seus vizinhos de que se encontra disponível para ajudar e explique de que formas”, refere a APAV, deixando um último apelo – “Se acha que o seu familiar, amigo/a ou vizinho/a é vítima de violência, peça ajuda à APAV através da Linha de Apoio à Vítima | 116 006 (chamada gratuita, dias úteis, das 09h00 às 21h00)”.