A revolta dos moradores num processo de recrutamento por grupos armados, na aldeia de Xitaxi, na província moçambicana de Cabo Delgado, causou a morte a 52 jovens, que foram baleados indiscriminadamente pelos rebeldes, segundo informações divulgadas esta terça-feira, 21 de abril, pelo porta-voz do comando-geral da polícia de Moçambique.
Segundo Orlando Modumane, citado pela agência Lusa, as execuções ocorreram a 8 de abril, quando os grupos armados tentavam recrutar jovens no distrito de Muidumbe. “Os jovens que estavam para ser recrutados ofereceram resistência, o que provocou a ira dos malfeitores que indiscriminadamente balearam mortalmente 52 jovens”, explicou o responsável.
A região de Cabo Delgado, onde avançam megaprojetos de extração de gás natural, tem sido fustigada pelos ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista. As ofensivas já mataram, pelo menos, 400 pessoas desde outubro de 2017.
As autoridades moçambicanas contabilizam 162 mil afetados pela violência armada naquela província, 40 mil dos quais deslocados das zonas consideradas de risco, maioritariamente situadas mais para o norte da província, e que estão a receber assistência humanitária na cidade de Pemba, a capital provincial.