Um dos “sinais mais claros de transformação” provocado pelas medidas de contenção da atual pandemia é a perceção de que “afinal não” é necessário o “consumo todo” que a população praticava, acredita Helena Marujo, docente no ensino superior.
“Não morremos se não formos a centros comerciais. Conseguimos encontrar e criar alternativas ao consumismo, ao materialismo, e estes elementos vão ser fundamentais para pensarmos outras formas económicas”, explicou a professora que leciona no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa.
Para a investigadora na área da Psicologia Positiva, existe atualmente uma “preocupação muito maior” com tudo o que é comum, num “retorno à humanização que a economia – a princesa das ciências – acabou por dizimar”. Helena Marujo disse, em declarações à agência Ecclesia, que o atual panorama, vivido por todo o mundo, veio “ameaçar” as três áreas em que “o bem-estar está alicerçado e se fundamenta: as relações humanas, o emprego e a saúde”.
A professora do ensino superior prepara-se para participar no encontro mundial “Economia de Francisco”, que vai realizar-se em Assis, Itália, no próximo dia 21 de novembro. Convocado pelo Santo Padre, o encontro estava inicialmente previsto para o final do mês de março, mas foi adiado devido à pandemia.