Os profissionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam estar “profundamente preocupados” com o impacto da atual pandemia nas crianças. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da agência das Nações Unidas, explica que “as crianças podem ter baixo risco de doenças graves e morte por Covid-19, mas correm alto risco de outras doenças prevenidas com vacinas”.
Nesta que é a Semana Mundial de Imunização, e que está em andamento até ao próximo dia 30 de abril, o responsável pela OMS destacou que “a imunização é uma das maiores histórias de sucesso na história da saúde global”, e que mais de duas dezenas de doenças podem ser prevenidas com vacinas.
Anualmente, são mais de 116 milhões as crianças que são vacinadas, mas há mais de 13 milhões de crianças a quem esta resposta não chega. Segundo o diretor-geral da OMS, é certo que “esse número aumentará por causa da Covid-19”, com interrupções em dezenas de países.
Estão também a ser afetados serviços dedicados a outras doenças, de que é exemplo a malária. Uma recente análise do impacto da Covid-19 em 41 países da África Subsaariana, mostra que a quantidade de mortes por malária pode duplicar na região. Apesar deste cenário, Tedros Ghebreyesus afirma que “isso não precisa de acontecer”, e que a agência das Nações Unidas está a trabalhar com países e parceiros para garantir que os serviços contra a malária continuam.
Para o responsável pela OMS, “a pandemia está longe de terminar”, conforme disse em declarações à comunicação social, a partir de Genebra, na Suíça, manifestando também o seu agradecimento aos mais de 280 mil indivíduos, empresas e fundações que contribuíram para o Fundo de Resposta à Solidariedade da organização.
Os peritos da organização continuam preocupados com as tendências de crescimento da doença em África, Europa Oriental, América Latina e alguns países asiáticos. A agência da ONU encontra-se a apoiar dezenas de países neste cenário de pandemia. A semana passada entregou bens necessários para este combate a mais de quatro dezenas de países africanos, e mais entregas estão planeadas.
A Organização Mundial da Saúde enviou já “milhões de artigos de equipamentos de proteção individual para 105 países e suprimentos de laboratório para mais de 127 Estados-membros”. Nas próximas semanas, “muitos outros milhões de testes serão enviados”, indicam os serviços de comunicação das Nações Unidas.