Os bispos da Amazónia brasileira emitiram uma nota a exigir medidas urgentes ao governo para assegurar um maior cuidado e tratamento diferenciado aos povos tradicionais e às populações urbanas, em especial as que vivem nas periferias das grandes cidades e que enfrentam maiores dificuldades para fazer face aos impactos da pandemia de Covid-19.
Segundo os 67 prelados que assinam o documento, os dados do coronavírus na região “são alarmantes” e colocam em risco, sobretudo, as comunidades tradicionais e as populações que vivem em situação de maior vulnerabilidade nos arredores das grandes cidades. Isto numa região que “possui a menor proporção de hospitais do país, de baixa e alta complexidade”.
Neste sentido, os bispos convocam toda a Igreja e a sociedade a envolverem-se nesta luta, reivindicando ao governo o cumprimento de várias medidas urgentes, entre elas a realização “de testes na população indígena para adotar as necessárias medidas de isolamento e evitar a disseminação da Covid-19; o fortalecimento da fiscalização contra o desmatamento, mineração e garimpo, sobretudo em terras indígenas e tradicionais e áreas de proteção ambiental; e a revogação do Decreto nº 10.239/2020, voltando o Conselho Nacional da Amazónia Legal para o Ministério do Meio Ambiente”.