O secretário-geral das Nações Unidas publicou esta quarta-feira, 6 de maio, um relatório sobre o impacto da pandemia de Covid-19 nas pessoas que vivem com deficiência, onde destaca as dificuldades no acesso à educação, saúde e emprego durante este período de crise, que afetam sobretudo os que vivem em situação de exclusão.
Segundo António Guterres, em todo o mundo, cerca de um bilião de pessoas vive com deficiência. Se em circunstâncias normais estas pessoas já têm menos probabilidade de ter acesso à educação, saúde e emprego, e maior probabilidade de viver na pobreza, ou sofrer de violência, negligência e abuso, com a pandemia intensificam-se estas desigualdades e produzem-se novas ameaças.
Além da falta de informação sobre saúde pública, das barreiras para implementar medidas básicas de higiene e das instalações de saúde inacessíveis, as pessoas com deficiência têm maior probabilidade de desenvolver condições graves de saúde se contraírem o vírus, com elevado risco de morte, lembra o líder da ONU.
Guterres lamenta que em alguns países as decisões sobre quem tem acesso aos recursos disponíveis sejam tomadas “com base em critérios discriminatórios, como idade ou suposições sobre qualidade ou valor da vida”, pelo que apela aos governos que coloquem as pessoas com deficiência no centro dos seus esforços e incluam os seus contributos na resposta.
“Quando o mundo garante os direitos das pessoas com deficiência, está a investir num futuro comum. Existe uma oportunidade única de projetar e implementar sociedades mais inclusivas e acessíveis para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, sublinha o secretário-geral, que o ano passado lançou a Estratégia de Inclusão das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas.