“Estamos profundamente preocupados com a espiral da crise económica e o efeito que está a ter na capacidade das pessoas para subsistir de um dia para o outro. O governo [da Venezuela] deve explicar imediatamente como pensa apoiar as pessoas, muitas das quais se encontram no limiar da sobrevivência”, afirmaram, em comunicado, vários especialistas das Nações Unidas.
No documento, os relatores da ONU referem que o governo de Nicolás Maduro tem culpado as sanções internacionais pela crise humanitária na Venezuela, mas muitos dos problemas do país, como a escassez de alimentos, a hiperinflação, os cortes de energia e água, e o crescente desemprego precederam as restrições comerciais.
Ainda assim, “e especialmente à luz da pandemia do coronavírus, os Estados Unidos da América deveriam levantar imediatamente as sanções gerais, que estão a ter um grave impacto nos direitos humanos do povo venezuelano”, destacam os especialistas, dando o exemplo do sistema de saúde, em que muitos hospitais lutam por funcionar sem um serviço fiável de eletricidade ou de água corrente.
O sistema de ensino perdeu milhares de professores e muitas crianças já não frequentam a escola porque não têm energia por falta de comida em casa ou porque não têm dinheiro para pagar o transporte, o que coloca em risco a próxima geração.
“Não há dúvida de que o governo enfrenta inúmeros desafios neste momento, mas os direitos humanos não podem ficar em suspenso. Num momento como este, o governo continua a ter a obrigação de proteger os direitos básicos da população”, sublinham os representantes da ONU.