A diretora executiva da ONU Habitat, Maimunah Mohd Sharif, está preocupada com os possíveis efeitos da pandemia nos assentamentos informais, favelas e comunidades periféricas das grandes cidades, apontando estes locais como a nova frente global de batalha contra a doença, onde é mais difícil aplicar as medidas de prevenção recomendadas pela Organização Mundial de Saúde.
Num artigo de opinião publicado este fim de semana, a responsável da agência das Nações Unidas para Assentamentos Humanos recorda que existe cerca de um bilião de pessoas a viver em assentamentos informais em todo o mundo, locais com graves carências de água corrente, de sabão e desinfetante, que permitam a lavagem frequente das mãos.
Por outro lado, segundo Mohd Sharif, a maioria das habitações nestes locais está sobrelotada, o que dificulta do distanciamento social, muitos moradores utilizam instalações sanitárias coletivas e dependem do mercado e da venda ambulante para subsistir.
A coordenadora da ONU Habitat pede por isso à comunidade internacional que apoie os governos dos países em maior risco com equipamentos e tanques de água, assim como com o fornecimento de água, saneamento básico e habitação adequada, antes que o novo coronavírus se espalhe descontroladamente por esses assentamentos.