O Dia Internacional dos Capacetes Azuis da Organização das Nações Unidas é celebrado esta sexta-feira, 29 de maio. A data ficará marcada pelo anúncio da concessão da medalha póstuma a 83 militares, policias e forças de paz civis que perderam a vida no último ano, ao serviço da ONU. O anúncio será feito por António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
O dia ficará também marcado pela deposição de flores no Memorial das Forças de Paz, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, como forma de homenagem a todos os capacetes azuis que morreram desde 1948, ano em que as Nações Unidas realizaram a sua primeira missão de paz. A efemérida será ainda assinalada através de uma cerimónia virtual do ‘Prémio defensora militar da igualdade de género da ONU’. Nesta edição, o galardão será atribuído à comandante brasileira Carla Araújo, em missão na República Centro-Africana, e à major Suman Gawani, da Índia, que esteve em serviço no Sudão do Sul.
Através de uma mensagem gravada em vídeo, António Guterres presta homenagem a mais de 1 milhão de homens e mulheres que serviram como forças de paz da ONU, além das mais de 3,9 mil pessoas que morreram ao cumprir esse dever. Guterres agradece aos 95 mil civis, policias e militares espalhados pelo mundo, e que atualmente se deparam com “um dos maiores desafios de todos os tempos – cumprir os seus mandatos de paz e segurança, enquanto ajudam os países a enfrentar a pandemia da Covid-19”.
Este ano, o Dia Internacional dos Capacetes Azuis é celebrado sob o tema ‘Mulheres em manutenção da paz’. O objetivo é dar destaque ao papel das mulheres nestas operações. “As mulheres, geralmente, têm maior acesso às comunidades”, destacou António Guterres, adiantando que isso contribui para melhorar a proteção dos civis e fomentar os Direitos Humanos, melhorando o desempenho geral.
Segundo o secretário-geral da ONU, as mulheres continuam a representar apenas seis por cento do pessoal militar, policial e de justiça que atuam nestas missões. O responsável considera que é necessário fazer mais para se alcançar uma representação equilibrada das mulheres em todas as áreas de paz e de segurança.
Jean-Pierre Lacroix, subsecretário-geral das Operações de Paz, defende também a participação feminina “significativa, igual e plena” em operações de manutenção da paz, nos processos políticos e na pacificação. Para este responsável, à medida que os militares continuam a levar a cabo o seu trabalho no meio das atuais restrições provocadas pelas Covid-19, “é essencial proteger os civis e construir uma paz duradoura”. Lacroix destaca que as mulheres ao serviço das missões desempenham uma função essencial, ajudando as comunidades a protegerem-se da atual pandemia, sendo que elas “devem ser uma parte central de todas as respostas internacionais, nacionais e locais”.