Mais de 10 mil crianças morreram ou sofreram mutilações ao participarem em combates, o ano passado, sobretudo no Afeganistão, Síria e Iémen, revela o Relatório Anual sobre Crianças e Conflito Armado da ONU. O documento informa ainda que, no total, foram registadas 25 mil violações graves contra menores, uma média de 70 por dia.
O aumento mais chocante, mais de 400 por cento, verificou-se na negação às crianças de acesso a ajuda humanitária. Houve também casos de agressão e violência contra trabalhadores humanitários, saques de mercadorias destinadas para ajuda, restrições de movimento e outros impedimentos deliberados para barrar a assistência aos menores.
Para Virginia Gamba, representante especial do secretário-geral da ONU para o tema, a infância dos menores vítimas de violência, “foi substituída por brutalidade, dor e medo, perante os olhos do mundo”. A especialista continua a considerar a paz como “o meio mais poderosa na redução da violência” contra as crianças, e por isso reitera o apelo de António Guterres para um cessar-fogo global não apenas durante mas depois da Covid-19.