As remessas de dinheiro que os migrantes enviam para os seus países de origem para sustentar as suas famílias deverão sofrer uma quebra de cerca de 88 mil milhões de euros, o que equivale a mais de 20 por cento da quantia total destinada por estes trabalhadores, segundo estimativas do Banco Mundial.
A diminuição de remessas pode causar problemas como fome, desistência escolar e deterioração dos cuidados de saúde para dezenas de milhões de famílias, e por isso, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, aproveitou o Dia Internacional de Remessas Familiares, que se assinala esta terça-feira, 16 de junho, para pedir apoio para os migrantes nesta época de crise.
Guterres lembrou que 200 milhões de migrantes, regularmente, mandam dinheiro para casa. E que, em todo o mundo, 800 milhões de famílias em países em desenvolvimento dependem destes recursos para sobreviver. Com milhões de migrantes desempregados por causa da pandemia, muitas destas pessoas podem ser lançadas para o limiar da pobreza.
O ano passado, o volume de remessas atingiu um recorde que quase 500 mil milhões de euros, mas com a atual crise provocada pela pandemia, prevê-se o “declínio mais acentuado da história recente”, num setor que o líder da ONU considera como “motor da economia global”.