garimpo
Foto: Lusa / Simon Maina

A Associação Yanomami (Hutukara) e o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) enviaram esta semana um pedido à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão tutelado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), para que pressione o governo brasileiro a tomar medidas concretas sobre a grave situação que atinge o povo indígena yanomami, na Terra Indígena Yanomami (TIY).

Os yanomami estão a sofrer com o aumento expressivo da invasão garimpeira nas suas terras, o que faz aumentar a violência e a contaminação ambiental, e pode levar também o coronavírus para dentro do território, o que torna a situação ainda mais urgente.

“A gente sofre muito com invasão do garimpo desde os anos 1970 e 1980. Os garimpeiros nos mataram, inclusive crianças, como se fossemos animais. Há muito anos que falamos com todas as autoridades, que já conhecem a nossa realidade, já denunciamos até na ONU, mas até agora ninguém deu nenhuma resposta para nós”, afirmou o líder yanomami, Dário Vitório Kopenawa, numa reunião CNDH.

Estima-se que 20 mil garimpeiros estejam atualmente na terra Yanomami. No início do mês, foi lançada uma campanha internacional- «ForaGarimpo, ForaCovid» -, pedindo a retirada urgente dos intrusos das terras indígenas. A petição conta já conta com mais de 263 mil assinaturas.

“Eles estão contaminando nossos rios com mercúrio, abrindo buracos nas nossas terras, matando nossos animais e nosso ambiente. Nossa saúde está muito ruim por beber água contaminada pelo garimpo”, relatou Dário Vitório.