O mais recente relatório das Nações Unidas sobre o movimento de pessoas deslocadas pela violência, perseguição, conflitos e outras emergências, estima que neste momento existam no mundo pelo menos 79,5 milhões de deslocados e refugiados, ou seja, o dobro do registado há uma década.
De acordo com o documento, elaborado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), entre o total de deslocados há entre 30 a 34 milhões de crianças, a maior taxa alguma vez registada pela agência da ONU.
As maiores emergências continuam a verificar-se no Afeganistão, República Centro-Africana e Myanmar. A República Democrática do Congo, Burkina Faso, a Síria e a região do Sahel encontram-se na lista de outras nações e regiões consideradas críticas. Cerca de 85 por cento daqueles que são forçados a fugir das suas casas, estão abrigados em países pobres.
O líder do ACNUR, Filippo Grandi, teme que a situação possa agravar-se ainda mais com o impacto da Covid-19 sobre as pessoas em movimento, apontando como exemplo a deslocação de refugiados rohingya, que estão a deixar o Bangladesh em direção à Malásia e a outros Estados no sudeste da Ásia.