As partes em conflito em alguns países africanos, como é o caso dos Camarões, Nigéria, ou República Centro-Africana, ignoraram os apelos de alguns líderes mundiais para um cessar-fogo neste tempo de pandemia, e prosseguiram com as hostilidades, como testemunharam vários bispos à agência Fides.
“Continuamos à mercê dos ataques esporádicos do Boko Haram, especialmente no norte do país”, afirmou Ignacio Kaigama, o arcebispo de Abuja, na Nigéria, onde as camadas mais pobres da população enfrentam o risco de fome por causa da Covid-19 e os relatos de atos violentos contra as comunidades não param de surgir nos meios de comunicação locais.
No país vizinho, os Camarões, fustigado por confrontos entres falantes da língua inglesa e francesa, chegou a assinar-se um acordo de cessar-fogo geral, mas na realidade, este pacto “não tem muita influência sobre quem luta no terreno” disse, por sua vez, o arcebispo de Bamenda, Andrew Fuanya.
Já na República Centro-Africana, os grupos armadas ignoraram os apelos para o silenciar das armas. “Infelizmente, em algumas regiões, os grupos armados participam em batalhas estratégicas destinadas a afirmar a sua supremacia e continuar o saque dos recursos naturais do país”, testemunhou Bertrand Appora-Ngalanibé, arcebispo de Bambari.
Apesar da violência, o prelado manifestou-se esperançado nas iniciativas realizadas em conjunto por católicos, protestantes e muçulmanos, para consciencializar a população em relação à Covid-19, “pois muitas pessoas ainda não têm consciência do perigo”.