Aos 31 anos, Érico Fortes tornou-se no primeiro cabo-verdiano a construir drones com capacidade para efetuarem voos de longa distância, um projeto que pretende desenvolver assim que tiver financiamento assegurado, para poder apoiar os setores agrícola e florestal no seu país ou assegurar apoio médico nas zonas mais remotas.
A ideia ganhou forma durante uma pesquisa para o mestrado, em 2016, com a criação do primeiro protótipo. O ano passado, construiu mais dois aparelhos, recorrendo à importação de peças da China e Estados Unidos da América e a produção de outras com a ajuda de uma impressora 3D.
Os drones estão preparados para fazer cumprir várias missões, como o lançamento de sementes e pulverização de pesticidas e fertilizantes. Ambos estão equipados com sistema GPS, comunicação DataLink, e podem ser operados com o controlo remoto ou de forma autónoma, através de um programa de computador.
“Através de um programa no computador, consegues planear toda a sua missão, como a que velocidade deve voar, a altitude e o ponto onde ele deve parar para lançar as sementes, porque ele é controlado via GPS. Desde que se planeie toda a missão, basicamente, é só apertar num ‘botãozinho-play’ e ele executará a missão de forma autónoma”, explicou o jovem empreendedor às agências internacionais.
Érico Fortes espera agora conseguir financiamento para passar para outro patamar de produção e poder introduzir esta tecnologia de voo não tripulado na agricultura de Cabo Verde, uma estratégia que podia atrair os jovens para o setor. Embora reconheça que sem apoio é difícil atingir esta meta, o jovem alimenta a ambição de colocar o seu país no mapa mundial de produção de drones.