As previsões apresentadas em abril pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em termos de crescimento económico para a África subsariana já eram as piores das últimas décadas, mas as novas estimativas, divulgadas esta segunda-feira, 29 de junho, traçam um quadro ainda mais negro para o futuro daquela região do continente africano.
“A economia regional deve contrair-se 3,2 por cento, o que é 1,6 pontos percentuais pior que o projetado em abril, e mostra uma redução da previsão de crescimento em 37 das 45 economias, e em termos nominais o Produto Interno Bruto da região vai ser 243 mil milhões de dólares menor que o projetado em outubro de 2019″, lê-se na atualização das Previsões Económicas para a África subsariana.
De acordo com os especialistas do FMI, a recuperação em 2021 será mais lenta do que a recuperação da economia global, já que os apoios políticos lançados pelos países da região foram mais pequenos do que os implementados em muitas economias emergentes. Assim, países como Angola, Nigéria e África do Sul, por exemplo, só deverão regressar aos índices de crescimento pré-crise em 2023 ou 2024.
A severidade da pandemia nestas economias deverá também empurrar para a pobreza entre 26 e 39 milhões de pessoas, “com a desigualdade nos rendimentos a agravar-se devido ao efeito desproporcional que o confinamento tem no setor informal, afetando os trabalhadores das pequenas e médias empresas no setor dos serviços”, refere o documento.