Os dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o organismo que faz a monitorização da destruição da Amazónia no Brasil, registaram uma subida de 19,57 por cento nos focos de incêndio só no mês de junho, o que corresponde a 2.248 ocorrências, o valor mais alto para o mesmo mês desde 2007.
Segundo a organização ambientalista Greenpeace, depois de muitas críticas, o governo liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro autorizou o envio das Forças Armadas para a Amazónia, mas esta resposta tem sido ineficiente para solucionar o problema das queimadas.
“Enquanto isso, órgão ambientais [do Brasil] que atuam de forma estratégica, com experiência e apoiados na ciência, vêm sofrendo redução drástica de autonomia, pessoal e orçamento, impactando fortemente suas operações de fiscalização, fundamentais para o combate da desflorestação”, frisaram os ativistas.
O custo mensal das operações militares é equivalente a quase 80 por cento do orçamento anual de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), mas mesmo assim, não obtiveram os resultados esperados e o bioma permanece em risco.
“Com o início da temporada seca e com o fogo batendo à porta, o quadro que vem se desenhando é catastrófico em muitos sentidos. Tanto pela quantidade de árvores que estão sendo tombadas por conta dos incêndios, o que pode levar à morte animais e colocar em risco uma riquíssima biodiversidade, como pelo agravamento da vulnerabilidade das populações da Amazónia à Covid-19″, alertou Romulo Batista, especialista do Greenpeace.
Num outro balanço preliminar do INPE, citado pela agência Lusa, os alertas de desflorestação na Amazónia brasileira aumentaram 22 por cento entre janeiro e maio. E várias organizações ambientais indicaram que, por trás da desflorestação e dos incêndios na Amazónia existem máfias compostas por pessoas que comercializam ilegalmente madeira, minerais e gado e ameaçam as comunidades indígenas que vivem na região.