O processo de canonização dos catequistas mártires do Guiúa deu mais “um passo importante” para que Moçambique venha a celebrar os seus primeiros beatos, ao ser reconhecida a sua “validade jurídica” pela Congregação para a Causa dos Santos, revelou o bispo de Tete, Diamantino Antunes.
Numa mensagem enviada à Fundação à Igreja que Sofre (AIS), o prelado recorda que os catequistas e seus familiares “foram mortos durante a guerra civil que assolou Moçambique enquanto estavam em formação no Centro Catequético do Guiúa”, e manifesta o agradecimento da Igreja de Moçambique “por mais este passo”, com vista à canonização da Serva de Deus Luísa Mafo e Companheiros, Mártires de Guiúa, assassinados em Inhambane, em 22 de março de 1992.
O processo, iniciado a 25 de março de 2017, foi encerrado, na sua fase diocesana, dois anos mais tarde, a 23 de março de 2019. Diamantino Antunes sublinha que foram trabalhos “intensos” e que ao longo desses 24 meses recolheram-se “as provas documentais referentes à morte dos Servos de Deus e ouvidas dezenas de testemunhas questionadas sobre sua a vida, obra e martírio”.
Após a validação jurídica, o processo avança agora para outra fase. “Perante todas estas provas, o Santo Padre irá dizer se eles são mártires ou não. Se assim o considerar, e esperemos que sim, serão os primeiros beatos da Igreja em Moçambique. E representarão tantos outros que no tempo da revolução, no tempo da guerra civil pagaram um preço alto pela sua fidelidade à Igreja e a Jesus Cristo”, adiantou o bispo português, que foi o postulador desta causa.