Francisco Melo, sacerdote da diocese de Aveiro que se encontra em missão na Ilha do Príncipe, tem procedido naquele país, juntamente com outras pessoas, à distribuição de cabazes, no âmbito de uma iniciativa promovida pela paróquia do Príncipe. Os bens distribuídos são “fruto das ajudas vindas de pessoas, quase todas, ligadas à diocese de Aveiro”, refere o sacerdote, em comunicado.
“Até agora, já distribuímos 444 cabazes para ajudar as famílias das comunidades desta ilha, para além de outras ajudas dadas no centro da cidade de Santo António. O total gasto foi de 6.922,80 euros. Estamos agora a preparar a terceira volta e que irá abranger mais famílias, mais de 300, e iremos reforçar um pouco o apoio dado com mais bens, nomeadamente leite para crianças”, explica o religioso.
O padre Francisco explica que aquando apelou às ofertas para este povo “não esperava de modo nenhum chegar aos valores que se atingiram”. “No momento em que escrevo, 1 de julho, as partilhas feitas, que vão dos cinco euros aos 2.000 euros, somaram 35.343,81 euros. Colaboraram 309 pessoas individualmente e partilharam ainda instituições: diocese de Aveiro, Casa do Gaiato, um agrupamento de escuteiros, a ONG Orbis, Cáritas Diocesana de Aveiro. A estas há a acrescentar as paróquias e uma Comissão de Culto, que fizeram recolha e enviaram essa partilha. Muitas pessoas não consigo identificar, mas percebi que a quase totalidade são pessoas das paróquias da diocese Aveiro. Em todo este processo, senti de modo ainda mais especial a partilha individual de alguns meus colegas padres e alguns diáconos. Estou sentidamente agradecido”, escreve o responsável.
Segundo o sacerdote, a quantia doada será utilizada para “apoio alimentar e de higiene aos mais fragilizados”, mas, de acordo com o religioso, o valor doado “permite sonhar um pouco mais”, o que o leva a pensar num outro destino para dar às restantes ofertas. “Uma das dificuldades que vou constatando é a distância que os alunos a partir do 10.º ano têm que fazer a pé para chegar à escola. Em alguns casos são horas para cada lado e muitas vezes já de noite e em muitos casos sem comer. A formação e a educação são essenciais para o desenvolvimento integral da pessoa humana. Assim sendo, depois de falar com o bispo diocesano e porque a paróquia possui duas casas, neste momento desocupadas, iremos implementar, por um ano, à experiência, dois pequenos lares de acolhimento a estes estudantes de segunda a sexta-feira com alimentação incluída. Um para raparigas e outro para rapazes. Destinar-se-ão aos que têm mais dificuldades e habitam nas comunidades mais distantes. Para este ano penso que a sustentabilidade estará garantida”, revela o padre Francisco Melo, manifestando, uma vez mais, o seu agradecimento a todos quantos contribuíram para melhorar a qualidade de vida da população são tomense.