Quase 100 milhões de trabalhadores em 35 países desenvolvidos e emergentes podem ter os empregos em risco por não terem possibilidade de entrar em teletrabalho, revela um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), que considera fundamental o investimento nas infraestruturas digitais para reduzir as desigualdades.
Segundo o FMI, as pessoas que não podem trabalhar remotamente, a menos que sejam consideradas essenciais, enfrentam um risco maior de redução de horas ou salários, licenças temporárias ou demissões permanentes. E mais de metade das famílias na maioria dos países emergentes e em desenvolvimento não tem um computador em casa.
Nesta fase de confinamento e distanciamento social, os trabalhadores nas áreas da alimentação, hotelaria e comércio são os mais afetados, havendo mais de 20 milhões de trabalhadores destes setores com os postos de trabalho em risco. Os jovens sem formação universitária também têm menos probabilidade de trabalhar remotamente, assim como as mulheres, que estão mais concentradas nos setores de atividade mais atingidos.
Uma vez que a pandemia pode vir a mudar a forma como se trabalha em muitos setores e levar os consumidores a confiar mais no comércio eletrónico, o FMI recomenda que os governos se concentrem em ajudar os trabalhadores e suas famílias, ampliando as redes de segurança social contra perda de renda e emprego; reforcem os programas de obras públicas e continuem a investir em infraestrutura digital.