“Antes que seja tarde demais”, os líderes políticos, o setor financeiro e a comunidade internacional, precisam de coordenar esforços e agir imediatamente para ajudar o Líbano, um país que se encontra à beira do colapso económico, com a moeda a perder mais de 80 por cento do seu valor e três quartos da população a necessitar de assistência para sobreviver.
O alerta é da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, após ter constatado que a situação dos libaneses mais vulneráveis e de grupos, como refugiados e trabalhadores migrantes, que “estão cada vez mais incapazes de atender às suas necessidades básicas”. “A situação está a descontrolar-se rapidamente, com muitas pessoas já com carências e a passar fome”, destaca a responsável.
O país tem enfrentado vários choques económicos e viu a sua situação agravar-se significativamente devido à pandemia de Covid-19. Muitas pessoas ficaram sem trabalho, perderam as suas economias, poupanças e habitações. Com a redução das importações de alimentos e medicamentos e a desvalorização da moeda nacional, o custo dos alimentos disparou.
Tendo em conta que o Líbano acolhe 1,7 milhões de refugiados e 250 mil trabalhadores migrantes, e que muitos deles perderam o emprego, Michelle Bachelet pede reformas urgentes às autoridades locais, com prioridade para as necessidades essenciais como alimentação, eletricidade, saúde e educação, e uma maior assistência da comunidade internacional.