O alerta é da organização não governamental (ONG) Save the Children. Se não houver uma intervenção urgente dos doadores e da comunidade internacional, cerca de 10 milhões de crianças de 12 países da África Central e do Oeste podem nunca mais voltar à escola depois do confinamento, devido às consequências económicas geradas pela pandemia.
“Se esta crise educacional mundial continuar, o impacto nas crianças será terrível e durável, e a promessa de garantir a todas as crianças o acesso à educação até 2030, objetivo fixado em 2015 pela ONU e os líderes do mundo inteiro, será retardada em vários anos”, afirma em comunicado a diretora-geral da ONG britânica.
Em 12 países, principalmente no centro e no oeste da África, assim como no Iémen e no Afeganistão, as crianças enfrentam um “risco extremamente forte” de não voltarem às escolas após o confinamento, especialmente as meninas. E em países como o Uganda, as crianças são obrigadas a trabalhar devido ao encerramento dos estabelecimentos de ensino e à situação económica atual.
Neste sentido, entre outras medidas, Inger Ashing apela à suspensão do reembolso das dívidas dos países pobres, o que permitira desbloquear 14 mil milhões de dólares, que podiam ser investidos na educação. A ONG estima uma quebra de 77 mil milhões de dólares nas despesas com educação nos países mais pobres nos próximos 18 meses.