O cenário traçado pelo padre Marco Prada, da Sociedade de Missões Africanas, é arrepiante: “Nas regiões fronteiriças do Burkina Faso com o Mali e Níger, não há escolas, vários edifícios foram incendiados e muitos professores foram assassinados. Os grupos terroristas da região encarregam-se de destruir tudo”.
Em declarações à agência Fides, o missionário lamenta o drama das crianças no país africano, referindo-se aos inúmeros relatos de “ataques a escolas, mas também de assassinatos e mutilações de menores no norte do país, atribuídos a terroristas do Estado Islâmico ou a militantes do Boko Haram”.
“As consequências desta violência são terríveis: o sistema educativo na região norte desapareceu por completo há mais de um ano. Há um forte movimento de deslocados e as crianças não só se veem privadas de educação, como correm o risco de converter-se em vítimas do recrutamento forçado de jihadistas e serem incorporados como crianças-soldado”, adianta o sacerdote.
Os atentados terroristas verificam-se desde 2015, e desde 2018 que a região de Banh tem sido uma das mais afetadas. Em consequência, cerca de um milhão de pessoas viram-se obrigadas a deixar as suas casas e mais de 350 mil crianças ficaram privadas de ir à escola. Um situação que impede os menores de assimilarem os valores baseados no respeito pelos direitos humanos e na construção da convivência social e inter-religiosa.