Em 28 anos, é a primeira vez que o mundo assiste a uma redução tão drástica na vacinação de crianças. As interrupções causadas pela pandemia ameaçam o avanço nas taxas de imunização dos últimos anos e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), não vacinar os menores é trocar uma crise sanitária por outra.
“A Covid-19 transformou a vacinação de rotina num desafio assustador”, alerta a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore, pedindo a retomada urgente dos programas de vacinação, “antes que a vida das crianças seja ameaçada por outras doenças.”
Segundo dados da OMS, pelo menos 30 campanhas de vacinação contra o sarampo estão sob risco de cancelamento, o que pode levar a novos surtos. E uma pesquisa, divulgada em maio, revelou que cerca de 75 por cento dos 82 países sofreram interrupções na vacinação.
Com medo da contaminação, as pessoas não querem sair de casa, encontram barreiras económicas e de transporte, e muitos profissionais de saúde também não podem trabalhar devido a restrições de viagens, ou por falta de equipamento de proteção.
Para reverter esta situação, as duas agências estão disponíveis para apoiar os países nos seus esforços para recuperar as perdas ocorridas na pandemia, nomeadamente no auxílio a serviços de saúde com medidas de higiene e segurança e equipamentos de proteção aos profissionais e na ajuda a chegar a comunidades remotas e crianças em situação vulnerável.