Os movimentos, grupos e organizações de povos indígenas que compõem a bacia amazónica pediram aos governos dos seus países que adotem uma moratória sobre as atividades mineiras nos seus territórios para travar o “ecocídio, o etnicídio e o extrativismo”, que dizem estar “a avançar do que o vírus Covid-19”.
“Nem mais uma gota de sangue e dor nos produtos de consumo nas cidades do mundo. As comunidades da floresta, o campo e as cidades estão organizadas contra a devastação e a fome, que continuará depois desta pandemia, porque o ecocídio, o etnocídio e o extrativismo estão a progredir pior que o vírus”, afirmou Fanny Cuiru, da Organização de Povos Indígenas da Amazónia Colombiana (OPIAC), no final da primeira Assembleia Mundial para a Amazónia.
No encontro, os participantes enfatizaram que o etnicídio implica a morte dos povos e das suas culturas; o ecocídio a morte da natureza e dos animais; o extrativismo a extração de madeira, legal e ilegal, e de minerais para o comércio internacional. E a Igreja Católica, através do cardeal Pedro Barreto, reafirmou o compromisso do cuidado com a natureza e da união com os povos nativos.
“Chegou o momento dos povos amazónicos unidos contribuírem para o mundo de hoje com um estilo de vida sóbrio, solidário e sobretudo sincero, com respeito pela pessoa humana, respeito pelas culturas e respeito pela nossa natureza”, afirmou o jesuíta e vice-presidente da Rede Pan-Amazónica (REPAM), citado pela agência Fides.