O Observatório do Cidadão para a Saúde (OCS), uma organização não governamental de Moçambique, alertou esta semana para o agravamento da situação de saúde de milhares de cidadãos nos distritos afetados pelo terrorismo em Cabo Delgado, devido ao encerramento de pelo menos 37 unidades sanitárias.
“Num país como Moçambique, com graves problemas de acesso a saúde, o encerramento de 37 unidades sanitárias agrava a situação de milhares de habitantes, por isso é importante que o governo tome medidas para travar o conflito e impedir que não haja progresso em relação a expansão dos serviços de saúde”, refere um relatório do OCS, citado pela imprensa local.
Segundo o documento, os ataques já obrigaram cerca de 250 mil pessoas a fugir das suas casas e a ficar sem cuidados de saúde o que viola os direitos fundamentais dos seres humanos e se reveste de particular preocupação, tendo em conta que, depois de Nampula, a província de Cabo Delgado é a que regista mais casos de transmissão do novo coronavírus.
“Se por um lado, um grupo de cidadãos perde a vida por não ter conseguido escapar dos ataques perpetrados pelos rebeldes, por outro, aqueles que sobrevivem correm o risco de perder a vida por falta de acesso ao sistema de saúde”, lamentam os ativistas.