É uma situação silenciosa que apresenta poucos sintomas mas causa danos à saúde e ao desenvolvimento das crianças com consequências que podem ser fatais. De acordo com um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da organização Pure Earth, uma em cada três crianças no mundo tem níveis de chumbo no sangue em quantidades que requerem atenção médica.
O chumbo é uma neurotoxina potente que causa danos irreparáveis ao cérebro das crianças. É sobretudo destrutivo para bebés e menores de cinco anos, que ainda não tem seus cérebros completamente desenvolvidos e podem ficar com danos neurológicos, cognitivos e físicos para o resto da vida.
Segundo o relatório agora divulgado, a contaminação ocorre de várias formas. Uma delas é a reciclagem informal de baterias de chumbo-ácido principalmente em países de baixos e médios rendimentos, onde a frota de carros triplicou desde 2000. Metade das baterias são recicladas sem segurança. As caixas são abertas derramando ácido e pó de chumbo no solo, e o chumbo é depois recuperado em fornos ao ar livre que emitem fumos tóxicos.
Muitas vezes, os trabalhadores e a comunidade não sabem que o chumbo é uma neurotoxina potente. Outras fontes de exposição incluem tubos de água, tintas e pigmentos, gasolina com chumbo, solda de chumbo em latas de alimentos e especiarias, cosméticos, medicamentos, brinquedos e outros produtos contaminados.
Para o presidente da Pure Earth, Richard Fuller, “a boa notícia é que o chumbo pode ser reciclado com segurança e os locais contaminados podem ser recuperados. O retorno desse investimento é enorme: melhoria da saúde, aumento da produtividade, quocientes de inteligência mais altos, menos violência e um futuro mais brilhante para milhões de crianças”.