Um manifesto, subscrito por 1.058 padres brasileiros, reclama a urgente reconstrução das relações sociais no Brasil, e expressa total apoio à carta de 152 bispos da Igreja Católica divulgada recentemente, com duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro.
Segundo os sacerdotes, os governantes “têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial os mais pobres”, mas “não tem sido esse o projeto do atual governo”, que “não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma economia que mata, centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”.
No documento, tornado público quinta-feira, 30 de julho, os padres manifestam-se ainda “profundamente indignados com ações do Presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da ‘nossa irmã, a Mãe Terra’, e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil”.
Quanto à carta publicada pelos bispos, os subscritores do manifesto consideram tratar-se de uma tomada de posição que oferece ao povo “luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do país”. A mensagem dos prelados, recorde-se, dizia que o Brasil vive uma “tempestade perfeita”, combinando uma crise sem precedentes na saúde e um “avassalador colapso na economia”, com duvidosas e polémicas ações do Presidente da República que resultam “numa profunda crise política e de governança”.