A partilha e a compaixão são o remédio contra a indiferença e o egoísmo, demonstrou Carlos Cabecinhas, sacerdote e reitor no Santuário de Fátima, na Eucaristia a que presidiu naquele templo mariano, na manhã do último domingo, 2 de agosto.
“A lógica de cada um por si, que compreendemos muito bem porque é sedutora, sobretudo quando nós temos o necessário, que é apenas outra forma de dizer egoísmo, que se manifesta na indiferença perante os outros, é a lógica que Jesus rejeita”, explicou o responsável aos peregrinos. “O que Ele faz é potenciar a partilha e uma vez partilhado o pouco alimento é multiplicado”, disse o reitor do santuário, em alusão ao relato evangélico do milagre da multiplicação dos pães.
Para Carlos Cabecinhas, o “milagre da multiplicação” dos pães “não é um facto extraordinário de há dois mil anos”, uma vez que “pode acontecer hoje, de cada vez que vencemos a indiferença e vamos ao encontro dos outros”. O reitor do Santuário de Fátima lembrou depois as atitudes dos três pastorinhos, que tinham “disposição para partilhar”, que eram “crianças pobres, mas partilhavam o pouco que tinham”.
O religioso concluiu a homilia com um apelo – “ À imagem dos pastorinhos tornemos o nosso coração atento às necessidade dos que nos cercam e dispúnhamo-nos à partilha para que , por meio de nós, o Senhor possa multiplicar os pães e saciar a forme de todos” – disse, citado pelos serviços de comunicação do Santuário de Fátima.
De acordo com o templo mariano, este primeiro domingo de agosto foi, porventura, o “primeiro momento deste ano, em contexto de pandemia, a registar a afluência de milhares de peregrinos à Cova da Iria”. A Eucaristia no recinto de oração decorreu sob a presença de uma “numerosa assembleia”, constituída por “milhares de pessoas”, utilizando máscara e praticando medidas de distanciamento físico, de forma a diminuir o risco de contágio pela Covid-19.