A Human Rights Watch (HRW), uma organização internacional de defesa dos direitos humanos, pede aos governos que recebem médicos cubanos para intercederam no sentido de serem respeitados “os direitos básicos” destes profissionais, que têm direito apenas a uma parte do salário e pouca liberdade de movimentos.
Numa denúncia recente, os ativistas referem que o governo de Havana recebe elevadas somas pelos serviços prestados por mais de dois mil médicos cubanos em pelo menos 35 países, o que representa uma importante fonte de divisas para o regime. Apesar disso, os profissionais estão privados de direitos básico, como a liberdade de expressão, liberdade de reunião, liberdade de movimento e direito à privacidade.
O trabalho destes médicos é considerado crucial para as comunidades de muitos países estrangeiros em dificuldades. Em Moçambique, por exemplo, a colaboração dos clínicos foi uma ajuda valiosa na crise humanitária que se instalou no país – após os ciclones Idai e Kenneth no ano passado. O mesmo se passa atualmente com a pandemia de Covid-19. À semelhança de Moçambique, também Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Guiné-Equatorial têm estado a receber médicos cubanos.
Porém, é o governo cubano quem dita, por exemplo, “com quem vivem estes médicos, por quem se apaixonam ou com quem falam, qualquer contato com pessoas que sejam críticas à ‘revolução cubana’ é proibido e toda e qualquer má conduta por parte de um colega deve ser imediatamente denunciada pelos demais”, sublinha a HRW.