Num momento em que o número de infetados continua a aumentar na África do Sul, há dezenas de funcionários governamentais e empresas responsáveis por encomendar e fornecer equipamento médico de proteção individual sob investigação por suspeitas de corrupção. Os responsáveis da Unidade Especial de Investigação (UEI) estão convictos que foi criada uma estrutura criminosa na realização dos concursos públicos para recursos de saúde.
As suspeitas surgiram devido aos preços excessivos, aos produtos e serviços de baixa qualidade, e à apresentação de propostas por parte de pessoas ligadas ao governo e ao partido governamental. Entre os altos funcionários investigados encontra-se a porta-voz do Presidente Cyril Ramaphosa, cujo marido alegadamente ganhou um concurso no valor de sete milhões de dólares, o ministro Provincial da Saúde de Gauteng, Bandile Masuku, e a sua esposa.
“O nosso país teve de pedir dinheiro emprestado ao Fundo Monetário Internacional para lidar com a crise. No entanto, para os implacáveis ‘empreendedores da Covid’, e para aqueles dentro do Estado e outras instituições que permitem a corrupção, esta é simplesmente uma oportunidade para aproveitar a situação”, lê-se numa das denúncias enviadas às autoridades sul-africanas, por várias organizações da sociedade civil.
Para o Presidente sul-africano, “é inconcebível que haja pessoas que possam estar a utilizar a crise sanitária para enriquecer ilegalmente”. Os hospitais estão a funcionar nos limites, mas Ramaphosa assegura que o governo está a trabalhar com “a maior urgência” para fornecer adequadamente equipamento de proteção pessoal às regiões onde têm sido relatadas faltas.