A crise do setor sanitário na Papua-Nova Guiné tem vindo a agravar-se nos últimos meses, depois do governo ter deixado de pagar as subvenções acordadas com as unidades de saúde geridas pela Igreja Católica e de assumir o pagamento dos salários aos profissionais de saúde, desde o início do ano. “As dificuldades financeiras do governo nestes tempos de pandemia e a mudança das políticas económicas são compreensíveis neste período de pandemia. No entanto, devem estabelecer-se prioridades”, reagiu o secretário-geral da Conferência Episcopal, padre Giorgio Licini.
Segundo o sacerdote, citado pela agência Fides, o problema gerado com a paralisação dos enfermeiros e médicos, no início de julho, afeta sobretudo os serviços sanitários das áreas rurais. “A Igreja, como em casos similares no passado, tenta mobilizar recursos de emergência, mas sem os salários que paga o governo, os serviços de saúde não seriam suficientes nem para cobrir um ano. O governo deve ter cuidado em não prejudicar a sua inspiração cristã, deixando de fora as áreas remotas”, sublinhou.
Os serviços de saúde das diferentes confissões religiosas cristãs na Papua-Nova Guiné cobrem aproximadamente 50 por cento do total do setor sanitário nacional. O facto de se encontrarem principalmente em zonas rurais, indica a importância que têm para milhões de cidadãos desfavorecidos do país.