O projeto é ambicioso, mas o primeiro passo já foi dado. Os missionários da Consolata presentes na paróquia de Bisengo Mwambe, nos arredores de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDC), conseguiram chegar ao contacto com vários jovens ligados aos gangues conhecidos como ‘kulunas’ e pretendem agora avançar com uma ação de formação que permita capacitá-los para o mercado de trabalho e que lhes abra novas perspetivas de vida, a nível pessoal e profissional.
Os ‘kulunas’ são amplamente conhecidos na RDC, pelas piores razões. Estes gangues urbanos, normalmente constituídos por jovens ligados aos desportos de combate, como o boxe e a luta livre, atacam sob o efeito de drogas e usam métodos particularmente violentos.
Uma das suas imagens de marca é o uso do machete, um facão parecido com uma catana, que usam para ferir ou até matar as suas vítimas. Em 2013, a polícia lançou uma operação musculada para combater este tipo de quadrilhas, conseguiu reduzir a sua atividade, mas não as erradicou na totalidade.
As zonas periféricas da capital, onde proliferam a multiculturalidade, o uso excessivo de álcool e drogas, o desemprego e o analfabetismo, tornaram-se zonas de refúgio e de florescimento deste tipo de criminalidade, como é o caso da paróquia de Bisengo Mwambe, uma região arenosa, onde na maior parte das vezes só é possível chegar com recurso a veículos todo-o-terreno.
No âmbito do trabalho pastoral e de promoção humana que têm vindo a desenvolver, os missionários criaram um projeto, para o qual estão a tentar reunir 7.300 euros, que visa criar atividades educativas, de formação profissional e geradoras de rendimentos, dirigidas aos jovens da paróquia.
O objetivo, segundo explicaram à FÁTIMA MISSIONÁRIA, é “promover a reabilitação da dignidade destes jovens que, através da vida comunitária e da assistência mútua, podem redescobrir o valor fundamental da vida humana e a importância de um compromisso sério com o seu próprio serviço à humanidade”.