A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo nos sistemas de saúde em todo o mundo, havendo relatos de interrupções de serviços básicos em quase todos os países que responderam ao questionário enviado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A suspensão total dos serviços ambulatórios e dos cuidados baseados na comunidade foi reportada por oito por cento dos países.
Segundo um relatório divulgado esta segunda-feira, 31 de agosto, os serviços de doenças não transmissíveis, por exemplo, que a OMS classifica como essenciais para uma ampla gama de condições crónicas, como doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crónicas, diabetes e cancro, foram afetados em mais da metade dos países.
A agência concluiu também que o diagnóstico e o tratamento do cancro foram adversamente afetados em 55 por cento dos países e no que respeita aos serviços de estomatologia e de reabilitação os dados indicam que foram interrompidos em 60 por cento das nações. Também os cuidados paliativos sofreram interrupções em mais da metade dos países (53 por cento, incluindo seis por cento de interrupção grave ou completa).
Os dados para a realização da pesquisa foram recolhidos junto dos ministérios da saúde, entre maio e julho de 2020, para avaliar o impacto da pandemia em até 25 serviços essenciais de saúde nos países. Os resultados indicam que todos os serviços foram afetados, incluindo serviços essenciais para doenças transmissíveis, doenças não transmissíveis, saúde mental, reprodutiva, materna, neonatal, infantil e adolescente e serviços de nutrição. Os serviços de emergência foram os menos interrompidos, embora 16 países tenham relatado interrupções.
Com base nas conclusões do relatório, a OMS encara com preocupação o impacto da pandemia nos serviços essenciais, tendo em conta que o colapso dos serviços essenciais de saúde – incluindo promoção da saúde, serviços preventivos, diagnóstico, tratamento e serviços de reabilitação e paliativos – poderá ter graves efeitos adversos à saúde, especialmente nas populações mais vulneráveis, como crianças, idosos, pessoas que vivem com doenças crónicas ou deficiências e grupos minoritários.